Serra da Arrábida


Hoje subi a Serra da Arrábida mais uma vez. Já devo ter subido uma centena de vezes. Mas desta vez registei o percurso por partes, para poder publicar um caminho que auxilie quem queira subir à serra.

Durante muito tempo, até preferi que ninguém conseguisse subir, por causa do lixo que deixam pelo caminho – este ano já trouxe quinze sacos cheios de lixo para baixo – e por causa, também, dos ramos e árvores que partem, e outras coisas que destroem pelo caminho.

Mas enfim, pior que os humanos incivilizados são os mais de seiscentos javalis que destruíram grande parte da vegetação rasteira e que são protegidos pelas absurdas associações de proteção da natureza. Associações que protegem os javalis que destroem o Parque Natural. Não há tojos atualmente na Arrábida. Foram todos dizimados pelos javalis. E a Arrábida até tinha um tojo único no mundo e autóctone… mas já não tem.

Partindo da estrada que liga o parque de campismo dos Picheleiros a Casais da Serra, algures a meio desta estrada de terra, dá-se início a uma caminhada difícil, mas revigorante até ao topo da serra: o Formosinho.

O primeiro troço vai do Sopé da Arrábida – como eu chamo ao entroncamento entre a estrada Picheleiros-Casais da Serra e o desvio para o Castelo dos Mouros – até à única fonte de água potável do caminho. São 325 metros. O ficheiro KML deste troço está em Arrabida-1.kml.

Fotos da Fonte de água


Tanque de recolha de água


Tubo que vem da mina de água, entupido. A água escoa-se toda por aqui.

O tanque já recolheu água, antes do cano entupir com ferrugem e detritos. Sempre que eu subia a serra, colocava um tubo de polietileno, que por lá havia, na boca do cano de ferro, para que a água fosse canalizada para o tanque. Mas de todas as vezes que lá voltava, alguém tinha tirado o tubo para beber água e não o recolocava. O resultado é que o lugar ficava todo enlameado. Não eram os javalis, certamente. Talvez alguém que queria que se formasse lama para caçar javalis, que ali se vão rebolar, ou então os “desportistas” que também deixam lixo pelo caminho.


Poça com água acumulada, que vem do tubo entupido.

O segundo troço vai da fonte de água até ao carvalho gigante. São 117 metros. O ficheiro KML deste troço está em Arrabida-2.kml.

Para subir da fonte de água até ao carvalho gigante, aconselho que usem sempre o caminho da direita. Subam ao longo do tubo, na fase inicial, deixando sempre o tubo à direita, e escolhendo o caminho da direita, também.

Foto do carvalho gigante

Continuando a subir, o próximo ponto de interesse é a clareira. O terceiro troço vai do carvalho gigante até à clareira. São 109 metros. O ficheiro KML deste troço está em Arrabida-3.kml.

Foto da clareira

Ao chegar à clareira, e estando virado para a serra, deve escolher-se o caminho ao fundo à direita. É um caminho que desce durante alguns metros, a caminho da serra, e depois inflete à direita, já a subir.

O quarto troço vai da clareira até ao túnel do amor I. São 179 metros. O ficheiro KML deste troço está em Arrabida-4.kml.

Fotos da entrada do Túnel do Amor I


A entrada do túnel fica ao fundo do empedrado


Pormenor da entrada do Túnel do Amor I

O quinto troço vai do túnel do amor I até à pedreira. São 44 metros. O ficheiro KML deste troço está em Arrabida-5.kml.

Foto da Pedreira

Não devem subir a pedreira. Embora seja possível chegar à serra por aí, é um percurso difícil e, eventualmente, perigoso. O melhor caminho é cortar à direita imediatamente antes da árvore grande que está na imagem acima.

O sexto troço vai da pedreira até ao túnel do amor II. São 50 metros. O ficheiro KML deste troço está em Arrabida-6.kml.

Fotos do Túnel do Amor II


Entrada do Túnel do Amor II, ao fundo


Pormenor da entrada do Túnel do Amor II

O sétimo troço vai do túnel do amor II até à laje I. São 86 metros. O ficheiro KML deste troço está em Arrabida-7.kml.

Foto da Laje I

Para subir esta laje é conveniente ter uns sapatos que agarrem bem à pedra. É também conveniente perceber se a laje está seca, pois com humidade escorrega bastante. O caminho é sempre a subir, não há que enganar.

O oitavo troço vai da laje I até à laje II. São 110 metros, sempre a subir. O ficheiro KML deste troço está em Arrabida-8.kml.

Fotos da Laje II


O início deste troço tem uma laje minúscula e depois dá origem a um percurso em terra, entre arbustos


Percurso de terra entre arbustos

O nono troço vai da laje II até à laje III. São 26 metros. Como foi dito atrás, a Laje II tem apenas 5 metros e depois o percurso é em terra. O ficheiro KML deste troço está em Arrabida-9.kml.

Foto da Laje III

O décimo troço vai da laje III até à encosta. São 48 metros, sempre a subir. Recomendo que subam pela laje à esquerda e não pela terra à direita, que escorrega imenso. O ficheiro KML deste troço está em Arrabida-10.kml.

Fotos da Encosta


O caminho por onde viemos, da laje III (do lado direito da foto)


O caminho por onde vamos, para o topo

O décimo primeiro troço vai da encosta até ao colo da montanha. São 91 metros, sempre a subir. Recomendo que subam pelas zonas duras e não pelas pedras soltas, que resvalam muito. O ficheiro KML deste troço está em Arrabida-11.kml.

Vídeo do colo da montanha


Ao chegar quase ao colo da montanha, há um desvio à esquerda, pelo meio dos arbustos. A partir daí deve caminhar-se de forma a chegar ao topo da serra que está a norte.

O décimo segundo e último troço vai do colo da montanha até ao topo, ao Formosinho. São 119 metros, pelo meio dos arbustos, a caminhar sensivelmente para norte. O ficheiro KML deste troço está em Arrabida-12.kml.


Marco geodésico do Formosinho

O ficheiro KML da totalidade do percurso está em Arrabida-0.kml.


Um comentário a “Serra da Arrábida”

  1. Para o grupo de três caminhantes que encontrei hoje no topo da serra, e que me disse que queria subir a Serra do Risco, aquela que cai abruptamente para o mar, aqui vai o ficheiro KML, com o percurso que fiz do Espichel até Setúbal, passando pela Serra do Risco.
    http://riaformosa.w3.pt/dados/riaformosa/Espichel-Setubal.kml

    Já agora, notem que em Sesimbra enganei-me no caminho e tive que voltar para trás. Só aí apanhei o caminho para a Serra do Risco. E, tal como eu disse, após passar o topo da serra, fiz a asneira de sair do caminho e querer descer para o vale lá em baixo, caminhando para norte. Erro: fiquei todo arranhado pelas silvas. O ideal é continuar pelo caminho andando para leste.

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