O décimo primeiro troço foi a ilha de Cabanas, feito o mais rápido possível para tentar apanhar a barra seguinte ainda com maré vazia.
A imagem seguinte contém o percurso registado pela aplicação Highway Star que desenvolvi para o sistema operativo Android.
O ficheiro KML do percurso está aqui: RiaFormosa-cap11.kml
Início: 27-09-2015, 08:36
Velocidade média: 4.895 km/h
Tempo: 01h 40m 28.115s
Espaço: 8.196 km
Ao chegar a Cabanas, voltei a vestir a roupa e calçar as sandálias, e recomecei a andar. Caminhei ao longo do pontão, para sul, mas percebi que o acesso à praia de mar estava completamente vedado. Apesar de ser domingo e de não haver ninguém a trabalhar na praia, ia ter dificuldades em aceder ao areal. Voltei, então para trás para passar a zona das obras pela orla norte da ilha, junto à ria.
Caminhei cerca de quinhentos metros pelo meio de grandes tubos com, talvez, setenta centímetros de diâmetro: uns ligavam a ria ao mar, outros corriam ao longo da orla da ria. Logo quase no início, estavam dois trabalhadores, junto de uma draga, que foram surpreendidos com a minha presença, mas que felizmente me deixaram passar. Todo o extremos udoeste da ilha estava em obras e a alternativa era nadar até ao continente e voltar à ilha quinhentos ou seiscentos metros mais tarde.
Assim que pude, quando já não havia obras, passei para a orla marítima. A maré estava bastante vazia e não se via ninguém até onde a vista alcançava. A paisagem, essa, estava repleta de pequenas maravilhas.
A cerca de dois quilómetros do início do percurso, cheguei à praia de Cabanas. Eram 9h30m da manhã, não havia ainda ninguém na praia.
Para a frente, a praia continuava vazia, e na areia ia encontrando itens interessantes.
Entretanto, entre a praia de Cabanas e a Fábrica, filmei-me em andamento.
Para conseguir chegar à Manta Rota por volta da hora do almoço, era necessário passar a barra de Cabanas-Cacela já com a maré a encher. Lembro-me de estar, uns anos antes, na praia da Fábrica e a água começar a correr com toda a força do mar para a ria. Algumas pessoas que estavam do lado de Cabanas foram surpreendidas pela maré e tiveram muita dificuldade em passar para o lado de Cacela. Nesse dia, eu tive que ir buscar a minha mulher e a água ainda só tinha chegado à cintura. Por esse motivo, não podia abrandar a passada, caso contrário poderia ter dificuldades na passagem da barra.
Pouco depois, cheguei a Cacela Velha.
Não encontrei a barra até lá, mas não fiquei surpreendido, pois já me tinha acontecido algo parecido com a barra Armona-Tavira. Continuei a andar.
Um quilómetro mais à frente encontrei a barra. A maré ainda não tinha começado a encher. Despi-me e preparei-me para passar a última barra daquela aventura louca.