Ilhas da Ria Formosa – Epílogo


Tinha conseguido chegar ao fim, dentro do prazo previsto. Agora precisava de comer qualquer coisa e tentar chegar ao comboio.

Subi a rua principal e parei na primeira tasca. A cozinheira ainda não tinha chegado – só chegava ao meio-dia e meia – e tinham uma oferta muito limitada. Saí do estabelecimento a insultar toda a gente e parei no estabelecimento seguinte: “A Rota da Caravela”.

O atendimento foi o oposto do anterior. Embora a oferta fosse limitada também, foram extremamente amigáveis e ofereceram alternativas até me convencerem a ficar. Bebi duas imperiais de comi uma tosta – alimentos que, para mim, estão no limite do aceitável – mas adorei o serviço. Obrigado.

Epilogo-01

Epilogo-02

Tive muita dificuldade em conseguir percorrer os dois quilómetros que me separavam da estação de caminhos de ferro de Vila Nova de Cacela. Com um esforço enorme e a arrastar-me, gastei vinte e sete minutos para percorrer os últimos dois quilómetros do percurso.

Ao chegar à estação, meti conversa com um habitante local, que também estava à espera do comboio.

Epilogo-03

Mas estava tão cansado que me sentei no chão para refrescar e quase não me lembro do teor da nossa conversa. Recordo-me apenas de que ele se queixou da casa de banho estar fechada à chave e não poder ser utilizada. O edifício da estação também esá fechado.

Epilogo-04

O Igor tinha ido de comboio até Faro, para procurar uma farmácia onde pudesse arranjar alívio para as feridas. A minha irmã foi-nos buscar a Faro e levou-nos até à praia do Ancão, onde eu tinha o carro. Depois fomos comer e beber a casa do meu pai no meio do barrocal algarvio. Chegámos a Lisboa na tarde desse domingo às 18h45m.

Umas semanas mais tarde, comecei a pensar num desafio maior ainda: percorrer toda a costa de Portugal a pé.


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